O Centenario
de José Estevão

DISCURSO

PRONUNCIADO NO THEATRO DE AVEIRO

EM NOME DA

Maçonaria Portugueza

 

MAGALHÃES LIMA

O Centenario
de José Estevão

HOMENAGEM

DA

Maçonaria Portugueza.

 

 

 

 

LISBOA
Composto e impresso na Typ. La Bécarre, de F. Carneiro & C.ª
47, Rua Nova do Almada, 49
1910

 

Aos

Maçons Portuguezes

Meus companheiros e meus Irmãos

 

 

 

 

Lisboa, 26 de Dezembro de 1909.

 

Magalhães Lima

 

SENHORAS E SENHORES:

A vossa manifestação toca profundamente o meu ser, faz vibrar a minhaalma, não porque me lisongeie o applauso do publico, o applauso da galeria,que é tudo quanto ha de mais ephemero como ephemera é a espuma do mar que ovento leva (os persas adoravam o sol, quando estava no seu zenith eapedrejavam-no, quando desapparecia no horisonte; as folhas do loureiro sãonarcoticas, entorpecem e provocam o somno, e os idolos só são idolos, aid'elles! emquanto se lhes não vêem os pés de barro!) mas porque reconheçoquanto ha de sincero, de espontaneo, de effusivo e de tocante na vossahomenagem.

Aveiro, pátria de José Estevão

Bem se póde dizer, senhoras e senhores, que fômos criados e embalados nomesmo berço; que respirámos, juntos, o mesmo ar sadio da liberdade que nostrouxe a brisa do mar; que partilhámos das mesmas alegrias; que pranteámosnos mesmos pesares e que bebemos pela taça da mesma amisade effusiva. EmAveiro, tenho a minha familia natural e a minha familia espiritual—que soistodos vós! Perante a minha razão, ambas são egualmente legitimas. Fomoscompanheiros e somos irmãos. Por isso podeis bem imaginar, podeis bemaquilatar, com que intimo alvoroço, com que profundo recolhimento, venho hojeaqui, n'este dia solemnissimo (sursum corda!) em que o corpo se mecurva, ao mesmo tempo pelos annos e pela commoção, semelhantemente a umaarvore amada, tronco bemdito, tronco sagrado! que afagámos em criança e quevimos crescer; sim, repito, podeis bem imaginar e aquilatar com queentranhada devoção, venho hoje aqui[6] recordar antigoscamaradas queridos que cairam na estacada, ao sôpro de ventos inclementes,porventura impiedosos. E entre outros, apraz-me citar Mendes Leite, Bento eBernardo Magalhães, Agostinho Pinheiro, Francisco Rezende, Manuel Firmino deAlmeida e Maia, Almeida Vilhena, Julio Pereira de Carvalho e Costa, Manuel deMello Freitas, Chrispiniano da Fonseca, Manuel Gonçalves de Figueiredo, etantos outros que alentaram a minha mocidade e foram para mim como quearco-iris luminosos na primavera da vida.

Não procuro inquirir das suas ideias politicas, nem isso importa, n'ummomento em que todos os aveirenses, ousarei mesmo dizer, em que todos osportuguezes estão ligados, unidos, estreitados e vinculados pelo mesmopensamento, pelo mesmo sentimento e pela mesma vontade. A hora é para aconciliação: não é para a repulsão. A hora é para o amor e para a concordia:não

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