Nota de editor:Devido àquantidade de erros tipográficos existentes neste texto,foram tomadas várias decisões quanto àversão final. Em caso de dúvida, a grafia foimantida de acordo com o original. No final deste livroencontrará a lista de erros corrigidos.

RitaFarinha (Agosto 2008)



Maria AmaliaVaz de Carvalho


Alguns homensdo meu tempo




Maria Amalia Vaz de Carvalho


Alguns homens

do

meu tempo















A ILL.ma E EX.maSR.a

D. MARIA MANOELA DE BRITO

(Marqueza de Pomares)








Minha querida Manoela.


Para que um livro merecesse o teunome inscripto na sua primeira pagina,seria indispensavel que esselivro fosse bello na fórma e sincero naintenção.

O modesto volume, que venho offerecer-te,só o segundo requisito póde ter aaspiraçãode realisar.

Na nossa estreita e leal amisade de algunsannos, amizade em que tens posto oscarinhos de uma adorada irmã, eu aprendi[VIII]a respeitar-te e a amar-te como a um d'essesraros typos femininos de sincera virtudedespretenciosa, de alto pensar e de sensibilidadevibrante, que alliam n'uma harmoniafelicissima as qualidades d'um grande coraçãocom as faculdades d'um levantado espirito.

Pensas e sentes; comprehendes com singularsubtileza e com ampla e ineffavel bondade,tens a curiosidade intelligente, e asympathia larga e fecunda, que é de todosos predicados d'um entendimento o maisprecioso e o mais raro...

Nunca estive perto de ti que me não sentissemelhor; nunca ouvi a tua voz, quenãoconhecesse de que fundo de sinceridade ede força moral ella provinha...

Perdoa-me se, pensando a teu respeitoisto e mais do que isto, te faço uma offertade tão pouca valia.

Muitos dos estudos incompletissimos,quecompõem este livro, foram escriptos á sombra[IX]chilreada e fresca das arvores da tuasenhorial Portella―na companhia grata, carinhosa,dos dois hospitaleiros donos d'essavivenda pittoresca e lindissima.

Quantas vezes ahi tenho chegado empallidecida,extenuada, doente e triste, e quantasvezes de lá tenho voltado mais vigorosana alma e no corpo, trazendo no coração,como um balsamo e como um viatico, aimagem d'essa nobre vida de caridade e deabnegação, que partilhas com o companheirodo teu destino, e em que ambos sãoum suggestivo exemplo e uma excepçãoinspiradora...

Se outro valor não tivesse para ti estepobre livro, que tu amas porque é meu,bem o sei,―teria o valor de ter sido quasitodo escripto ao pé das grandes arvoresque deram sombra aos jogos da tua infancia,e que tu decerto desejarias que emballassem,com a musica harmoniosa e calmantedas suas ramagens murmuras, com[X]o gorgeio alegre dos seus ninhos primaverís,o supremo somno que dormirás maistarde, na serena beatitude das conscienciasboas!...

Lisboa. Dezembro 1888.


Maria Amalia Vaz de Carvalho.


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