J. P. CALOGERAS
Os jesuitas
e o ensino
RIO DE JANEIRO
IMPRENSA NACIONAL
1911
{III}
Algumas linhas premonitorias são necessarias para explicar a razão de ser,em sua forma primitiva, desta reimpressão de nosso estudo sôbre os jesuitas e oensino.
Destinado originariamente á Revista Americana, terminou suaredacção antes de expedido o recente decreto federal, que reformou a instrucçãopublica. A este, portanto, não se podia referir.
A presente tiragem, embora posterior á Lei Organica, não apresenta um textomodificado, no sentido de se pronunciar sobre o acto governamental.
Não vae nesse silencio louvor, nem vituperio: assignala, apenas, ainsufficiencia do escopo. O novo Codigo encerra algumas medidas boas quanto aomagisterio superior; outras, menos felizes, attinentes ao chamado cyclosecundario, ligadas a providencias que se preconisam.
Emmudeceu sobre o estagio basilar, essencial, do ensino primario. No pontodominante do problema, o punctum vitae da formação mental, os moldesofficiaes regrediram do que já estava conquistado, vencedoras varias campanhasnesse rumo no seio do Congresso.
Desfalleceu nesse transe em mãos do Govêrno a causa da educacão nacional.
Sabedores de pedagogia dirão as vantagens ou os inconvenientes das normasrecem-edictadas.{IV}
Todos os homens publicos, porém, cumpre ponderem as consequencias graves doabandono em que continúa o periodo primeiro da cultura intellectual. Ahi setrata, não nos cancemos de repetil-o, do problema politico, maximo entre osmaiores, da elaboração do caracter brasileiro, com todos os seus derivados navida de nosso paiz, em seu govêrno, nas soluções dos conflictos entre aintellectualidade e as crenças.
Esse ensaio de philosophia politica tentamos esboçar nas paginas que seguem.
Junho de 1911{V}
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